Abusos aconteciam durante aplicação de anabolizante, segundo denúncias. Segundo Creaf, suspeito não possui registro profissional no órgão e medidas cabíveis foram tomadas. g1 tenta contato com suspeito. Duas alunas de uma academia de crossfit de Cuiabá procuraram a Polícia Civil para denunciar um dos donos do estabelecimento por assédio sexual. Conforme elas, os abusos aconteciam durante aplicações de anabolizantes, momento em que tocava ou tentava tocar o corpo delas com a justificativa de que precisava analisar suas partes íntimas para verificar os efeitos das substâncias. Segundo as vítimas, ele também atuava como professor no estabelecimento sem registro profissional, segundo o Conselho Regional de Educação Física.
Os boletins de ocorrência foram registrados na segunda-feira (12). Porém, os abusos, conforme as alunas, que têm 23 e 30 anos, aconteceram anteriormente, mas elas decidiram denunciar só agora porque, conforme o documento, ficaram sabendo de outras vítimas. O g1 tenta contato com o suspeito.
Uma das alunas relatou à polícia que foi procurada pelo homem, de 37 anos, para fazer o uso de anabolizantes. Ela aceitou, deu início às aplicações e passou por quatro avaliações. Ainda conforme o registro na polícia, ele pedia para que ela tirasse a roupa e tocava seu clitóris e seios.
Disse ainda que, apesar de se sentir constrangida, ele falava que “era normal”, conforme o documento da polícia.
Em outro boletim de ocorrência, a outra mulher relata que o abuso aconteceu no final de setembro. O suspeito, após aplicação dos anabolizantes, com a mesma justificativa, tentou tirar o short e a calcinha dela, que se recusou. Ainda conforme o relato, ao sair do box, ele deu um tapa nas nádegas dela.
Uma delas ainda registrou que o outro dono do estabelecimento teve conhecimento das acusações e tem dado suporte às vítimas.
O Conselho Regional de Educação Física de Mato Grosso (Cref-MT) informou, por meio do coordenador do Departamento de Orientação e Fiscalização, Júlio Garcia, que tem conhecimento das denúncias e que foi constatado que o suspeito não possui registro no órgão. A academia, o responsável técnico e o homem foram notificados por exercício ilegal da função, segundo ele, e as medidas cabíveis serão tomadas.
Quanto ao uso e aplicação de anabolizantes na academia, o Cref informou que não constatou nenhuma irregularidade no local durante fiscalizações feitas e que a Polícia Judiciária Civil deve investigar.
O g1 entrou em contato com a Polícia Judiciária Civil sobre as investigações relacionadas às denúncias e a aplicação e uso de anabolizantes por parte do profissional e das vítimas e aguarda retorno.
