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Brazão e Rivaldo foram citados em vazamento de operação que prendeu Ronnie Lessa em 2019

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Por Redação em 04/04/2024 às 04:50:48
Troca de mensagens envolveu PM e filho de policial federal aposentado e chegou até o bombeiro Suel, outro acusado de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes. Troca de mensagens entre Jomar Bittencourt Júnior e Maxwell Corrêa, o Suel, em 2019

Reprodução

Operações sob suspeita e com vazamentos antecipados aos investigados. A Polícia Federal suspeita que Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, tenha se beneficiado de relações com policiais.

Um dos casos está sob investigação. Um dos envolvidos é Jomar Bittencourt Júnior, o Jomarzinho, como é conhecido, e filho de Jomar Bittencourt, policial federal aposentado. Jomarzinho é suspeito de ser um dos vazadores da operação que prendeu Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, em 2019.

Na véspera da prisão, dia 11/9, por volta das 23h, uma mensagem de texto chegou ao celular de Jomar Bittencourt Júnior:

"Vai ter operação Marielle. Amanhã. Pelo que me falaram vão até prender Brazão e Rivaldo Barbosa. Não sei se é verdade. Entendeu", escreveu o PM.

Os dois nomes são de presos no último dia 24 de março na operação Murder Inc, da Polícia Federal, do Gaeco, do Ministério Público Estadual e da Procuradoria Geral da República: o delegado Rivaldo Barbosa e Brazão, sobrenome dos irmãos Domingos e Chiquinho (deputado federal) – a mensagem não especifica a qual dos dois se refere.

Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar Marielle Franco

Reprodução

Lessa e Queiroz foram presos pela Delegacia de Homicídios no dia 12 de março, quase um ano após a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

Após receber a mensagem, Jomarzinho remeteu a outro personagem que até então não havia aparecido na cena do crime: Maxwell Simões Corrêa, o Suel. Há suspeita de que amigos de Ronnie Lessa também tenham recebido a mensagem.

Naquele ano, apenas Lessa e Élcio de Queiroz foram presos. Não houve qualquer ação contra Brazão ou Rivaldo. Oficialmente, o nome de Domingos Brazão aparece meses depois na denúncia da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em setembro de 2019.

Em julho de 2023, quando Suel foi preso na operação Élpis, Jomarzinho foi alvo de busca e apreensão determinada pela Justiça. Apesar da mensagem errar os alvos, ela adiantava a operação que prenderia Lessa e Élcio no dia seguinte.

Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso em casa

Reprodução/TV Globo

O risco de vazamento levou a Delegacia de Homicídios a antecipar a operação, em alguns minutos. A prisão de Ronnie Lessa aconteceu pouco depois das 5h daquele dia 12 de março de 2019. O ex-policial se preparava para fugir de casa no condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio.

Jomar Júnior é filho do policial federal aposentado Jomar Bittencourt. Bittencourt pai foi candidato a cargos eletivos nos anos de 2002, 2004, 2012, 2018. Na última campanha, dividiu chapa na coligação da família Brazão.

O g1 não encontrou a defesa de Jomarzinho para falar sobre o caso.

Prisões

Até o momento, as mortes da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018, já levou, em diferentes momentos, 6 pessoas para a prisão:

Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado;

Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ) e vereador à época do crime;

Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio que comandou, por um período, as investigações.

Ronnie Lessa, policial reformado

Élcio de Queiroz, ex-policial

Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ex-bombeiro

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz

Reprodução/TV Globo
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